jun 02 2014

Relatório do Seminário sobre Simone de Beauvoir

Published by at 14:27 under roda de conversa

Relatório do Seminário sobre Simone de Beauvoir. O Segundo Sexo
Produzido por Anderson Ferreira, graduando de filosofia.

(1-) É preciso ver as leituras que a Simone de Beauvoir leu: Sartre, Hegel, Heidegger e Merleau Ponty.

Do Heidegger, o termo “dasein” que significa que somos jogados no mundo com, ou seja, necessitamos da presença do outro.

Do Heidegger, o termo “mitsen” (ser com): num casal (homem e mulher), o homem é o padrão, os adjetivos relacionados à natureza humana serão atribuídos ao homem. A mulher é sempre com em relação ao homem(o oposto não acontece).

Do Sartre, o termo “em si” são os objetos (têm essência). O termo “para si” são os sujeitos dotados de consciência, não há determinação prévia. Muitas vezes as mulheres são transformadas em objetos (em si).

A liberdade em Sartre: nascemos sem nenhum conteúdo prévio (sem determinação), nascemos sem nenhuma essência, não há um projeto dado, não há um roteiro a ser seguido no qual cumprimos as tarefas.

Situação é um estado, nada é fixo, tudo pode ser transformado, é a sua não-essência.

Má-fé é recusar a sua liberdade, você não fez suas escolhas justamente por causa do outro, se reduzindo ao “em si”.

O Outro Beauvoriano: para o bem e para o mal os indivíduos e os grupos são obrigados a reconhecer a reciprocidade de suas relações. Entre homem e mulher não há reciprocidade das suas relações é geralmente a dialética do senhor e do escravo do Hegel: mulher como objeto (outro) e o homem como ser absoluto (sujeito).

Na mulher a situação dela é limitante, as suas possibilidades de transcender são menores. Já no homem a sua situação é mais fácil de transcender.

Destino: É muito cômodo os homens colocarem as mulheres num lugar de inferioridade, os homens possuem privilégios. A biologia é usada como base para a legitimação da opressão da mulher, a mulher é posta como só fêmea, ou seja reduzida ao sexo.

Assim como Sartre, a Simone de Beauvoir também tece críticas à psicanálise, para ela o Freud coloca que a mulher possui uma libido passivo, já o homem possui uma libido viril. Segundo o Freud o homem possui autoridade, mas ele não explica porque (ignora o fato social e histórico). A psicanálise legitima o discurso da má-fé.

Materialismo Histórico: a sociedade é uma realidade histórica. Para os marxistas, acabando a luta de classes, vai acabar à opressão a mulher. A Simone discorda disso, para ela a mulher vai ser sempre o outro, as coerções do patriarcado ainda existem no marxismo.

Para a Simone as instâncias da biologia, da psicanálise e do marxismo impõem a mulher o papel do outro.

Para a Simone há um feminismo existencialista que é a tomada de consciência de como as mulheres foram oprimidas na situação e como elas podem agir para reverter isso.

2-)Judith Butler.Problemas de Gênero

Ela não dá resposta para a emancipação feminina, pois uma resposta correta pode virar ideologia, ela desconstrói as teorias feministas, ela problematiza, ela faz diagnóstico.

Para Beauvoir, há diferenças, mas elas não podem usadas para oprimir, sendo o sexo como algo natural e o gênero como algo construído.

Para Butler, o gênero não é uma substância, é um processo que fazemos, construímos.

Butler não bate no patriarcado, ela investiga a construção da linguagem para que a mulher fosse aceita como um dado ontológico (genealogia do gênero). Os indivíduos se adéquam as normas heterossexuais, o sexo e o gênero são construídos pelo discurso segundo Butler. Segundo ela o sujeito se adéqua ao gênero (que é construído), as identidades de gênero estão já construídas e os sujeitos vão se adequando.

Performatividade: você pode subverter, mas dentro do quadro já dado.

O gênero é efeito no sujeito (o gênero não é causa no sujeito). O sexo não é natural, o sexo e o gênero são construídos socialmente.

Sujeito: não é fazedor, ele está sendo feito. Se não há sujeito como eu posso ser representado politicamente?

Universalizar a categoria mulher você exclui a mulher negra porque o universal é excludente, o feminismo negro nasceu porque o feminismo branco não abarcou as mulheres negras. A mulher negra lésbica não é a mesma mulher branca francesa. O movimento feminista precisa abarcar as mulheres negras e pobres. O intelectual de hoje não consegue dar conta de tudo (não dá conta do universal), é preciso dar conta só das particularidades (questões locais) porque há uma crise na tradição. A representação é importante para conseguir direitos mas por outro lado a representação diz o que é aceito (legitimo) e o que não é aceito.

(3-) Alguns apontamentos finais.

Muitas mulheres com práticas feministas, mas não se sentem representadas por determinados grupos feministas. O saber não está só na universidade, mas também pelas práticas sociais. Não é só a luta por direitos, as leis não são suficientes. Talvez articular uma política do impossível que não é uma revolução, é uma ação política do aqui e do agora sem pensar no futuro.

One response so far

One Response to “Relatório do Seminário sobre Simone de Beauvoir”

  1. Lorraineon 18 maio 2016 at 14:36

    barbarius mam opcje na sp 500 od tygodnia i pytanie czy damy rade do marca kwietnia na 1500 poÄr™dÄowaw‡ ? nie ustawiam SL myÅ›lÄ™ ,że to wÅ‚aÅ›ciwy czas. Tylko gdzie dać TP ? a może wiÄ™cej jak 1500 ?